Os 21 exercícios tibetanos que prolongam o bem-estar e a saúde dos praticantes.
Eneida Caetano lança em agosto de 2007 um manual prático de atividades físicas para quem quer se exercitar em casa.
Há mais de 20 anos, Eneida Caetano se dedica ao estudo e à prática das ciências tibetanas.Inclusive, esteve com mestres do Tibete, e pôde beber, na fonte, toda a vivência e sabedoria sobre o processo de cura por meio de exercícios com o corpo. Guardados em segredo por milênios nos mosteiros do Himalaia, os 21 ritos tibetanos consistem em uma série de exercícios físicos, cuja prática diária harmoniza o funcionamento das glândulas relacionadas à longevidade. “São considerados como fonte da juventude”, explica ela. Formada em comunicação, Eneida se especializou em expressão do corpo, mas ainda sofria “por ser uma pessoa muito fechada, exigente consigo mesma, perfeccionista”. Com rugas na testa, dores na coluna e no estômago e dificuldades de entregar-se aos relacionamentos, ela viajou para a Holanda, em 1985, onde conheceu a terapia LAM RIM e os 21 ritos tibetanos, que mexem com os nossos traumas e bloqueios, ativando as glândulas responsáveis pelo envelhecimento do corpo.
Além dos cursos, ela se submeteu ao tratamento e voltou encantada com os resultados, passando a aplicar as novas técnicas em seus clientes. Em 1994, fez uma viagem de seis meses pelo Oriente, fazendo cursos e conhecendo os mosteiros que adotavam a terapia Lam Rim, não apenas no Tibete, mas também no Nepal, Tailândia, Malásia, Cingapura, Indonésia e Índia.
Ao retornar, inaugurou o Instituto Lam Rim, no Vale do Sereno, em Nova Lima. Além de professora de ioga, shiatsu, acupuntura, cuidados posturais, meditação, banhos medicinais e hidrofitoterapia, Eneida dá cursos sobre os 21 ritos tibetanos, com oito horas de aula, em dois dias seguidos. “O objetivo é que as pessoas aprendam e depois façam sozinhas em casa.”
Com a correria da vida contemporânea, Eneida quer que todos conheçam os benefícios proporcionados pelos ritos tibetanos. Acaba de escrever e editar um livro sobre o tema, que será lançado, em 21 de agosto, às 19h, no Palácio das Artes. “É um manual didático, de fácil leitura, onde ensino a praticar os exercícios passo a passo. Cada um pode escolher um rito para momentos específicos, seja de mágoa, para renascer, soltar as asas, perdoar-se, equilibrar-se, encontrar o caminho do autoconhecimento, plantar as sementes, entre outros rituais que vão também ajudam na recuperação da energia vital perdida em um invólucro de hostilidade e competição.”
A prática diária dos ritos ativa, segundo Eneida, “uma região secreta do cérebro, responsável pelo prazer e pela longevidade. Proporciona um estado elevado de consciência, de harmonia e união. Além dos benefícios diretamente ligados ao corpo físico, promove a resolução sutil de questões emocionais e comportamentais, sem a necessidade de qualquer racionalização. Desperta as infinitas possibilidades que cada um de nós tem,” diz.
Não é preciso ser adepto da filosofia budista ou ter qualquer crença mística para praticar os exercícios rítmicos e ritualísticos. Ela, por exemplo, pratica todos os dias o rito 13, pois “fortalece as nossas energias e atrai o que é melhor para a gente mesmo.” Qualquer que seja o rito escolhido para combinar com as suas emoções é preciso repetir cada um 21 vezes, todos os dias, de 30 a 40 minutos. Eles são divididos em três etapas, cada uma com sete ritos, de acordo com objetivos específicos. “No livro, há uma progressão entre as etapas, sendo que a passagem de um rito para o outro ocorre de forma suave, e toda seqüência se desencadeia numa lógica perfeita.”
Não há contra-indicações, a não ser para as grávidas e pessoas com problemas de coração e de coluna. “O importante é a prática regular, mesmo que, no início, não seja possível crer em todos os seus benefícios. Com o tempo, o corpo dará o testemunho de bem-estar e saúde. Como os exercícios têm a função de revitalização e relaxamento podem ser praticados tanto pela manhã quanto à noite, pois fornecem a disposição necessária para o despertar ou alivia o cansaço antes de dormir,” explica.
O psicólogo Natham Ribeiro Martins encontrou nos 21 ritos tibetanos o mapa do tesouro. “Em uma sociedade marcada pelo descaso com os semelhantes, a melhor forma de mudança passa necessariamente pela educação e pelo autoconhecimento. Os ritos tibetanos mostram como podemos, de uma forma simples e efetiva, começar por nós mesmos esse processo de transformação.”
A dentista Virgínia Cerqueira também tem se beneficiado com a prática dos ritos, “que são um maravilhoso recurso de crescimento e de cura. Poderosos na sua simplicidade, são capazes de proporcionar grande prazer e alegria de viver.”